O impacto da resistência iraquiana nas eleições dos EUA

Nas eleições dos EUA, só os Partidos Republicano e Democrata conseguem competir numa escala nacional. Os Republicanos estão mais próximos com os ricos mais poderosos. Os Democratas incluem igualmente líderes sindicais bem como uma maior participação de afro-americanos e de outras nacionalidades oprimidas. Mas ambos são partidos pró-capitalistas e ambos são fiéis defensores dos interesses imperialistas dos EUA. Eles competem pelos privilégios advenientes de serem ou não o partido que melhor defende os interesses da classe dominante.




Insurxencia en Iraq, clic para aumentar
Passados três anos, a resistência do povo iraquiano expôs todos os pontos fracos do Pentágono e forçou as forças armadas dos EUA a um ponto de ruptura. O Exército dos EUA está desmoralizado e incapaz de facilmente atrair novos recrutas. O corpo de oficiais está revoltado contra a liderança de Donald Rumsfeld no Pentágono. Sob a pressão destas derrotas, a classe dominante começou a ver o gang de Bush como de vistas curtas, incapaz de responder às críticas e no geral incompetente.
Três anos de resistência dos iraquianos à guerra e ocupação criminosa dos EUA têm abanado Washington. Os eleitores estadunidenses sentiram-se furiosos com o desastre que está a ocorrer no Iraque, com o declínio dos padrões de vida dos trabalhadores e com os ataques da administração Bush à Segurança Social e a outros serviços sociais. Tudo isso contribuiu para o “baque” dos Republicanos nas eleições de 2006 para o Congresso e para o Senado. Os Democratas asseveraram uma clara maioria nas eleições para o Congresso e uma maioria mais relativa para o Senado. Ver a habitual arrogante e agressiva retracção e retorcimento do gang de Bush depois desta derrota causou um impacto positivo na maioria das populações de todo o mundo. O Secretário de Estado Donald Rumsfeld, considerado o arquitecto da guerra no Iraque e a figura mais próxima às suas tácticas e às torturas de Abu Ghraib, foi demitido e substituído.
A questão central nas eleições foi a guerra, e a derrota dos Republicanos foi interpretado como uma rejeição nas urnas da guerra e ocupação do Iraque, e no geral da liderança de Bush.
Mas é um erro pensar que esta mudança eleitoral irá por si mesma acabar com a criminosa ocupação do Iraque ou sequer levar a uma alteração a uma mudança substancial na política externa no imperialismo dos EUA. Sem uma luta de massas que ponha fim à ocupação, as tropas dos EUA permanecerão no teatro de guerra por bastante tempo. Para se perceber porque é assim, será útil ter em conta uma visão aprofundada relativamente ao papel das eleições na luta de classes e especialmente nos EUA.

Visão marxista das eleições no capitalismo
As posições principais sobre as eleições burguesas podem ser encontradas nos escritos de Friedrich Engels, que na obra “A origem da família, da propriedade privada e do Estado”, escreveu que «o sufrágio universal é o termómetro para avaliar a maturidade da classe trabalhadora. Todavia, tal não é correcto no actual estado de coisas». Mais tarde Lenine citou esta frase em “O Estado e a Revolução”, mostrando que o movimento operário teria de esmagar o Estado capitalista – seu exército, polícia, tribunais, etc. – em ordem a realmente revolucionar a sociedade por parte da classe trabalhadora. E isto não é possível simplesmente apenas sendo eleito para um qualquer organismo estatal.
A eleição de 1998 de Hugo Chavez na Venezuela ou mais recentemente de Evo Morales na Bolívia chama a tenção para a frase de Engels. As massas nestes países indicaram estar preparadas para mudar, mas a eleição por si mesma é insuficiente para trazer essa mudança. O imperialismo dos EUA mostrou que está consciente que essa luta de classes está interessada na questão do poder de Estado. Isso foi demonstrado pela decisão de Bush de 9 de Novembro que «concedeu uma autorização para que as forças militares do seu país possam realizar treinos militares em 11 países da América Latina e do Caribe» (USA Today, 10 de Novembro).
Nos EUA, apesar de tudo, as eleições têm ainda menos significado do que Engels atribuiu, dando muito poucas possibilidades aos trabalhadores para escolherem uma alternativa séria. Desde 1912 quando o socialista Eugene Debs obteve 900.000 votos num total de 15 milhões (6%), ou mesmo em 1920, quando o mesmo Debs arrecadou os mesmos 900 mil votos num universo de 26 milhões de eleitores, que os partidos operários não têm conseguido desempenhar um papel independente nas eleições nacionais nos EUA. A classe capitalista estadunidense, que se encontra no centro dominante do imperialismo mundial desde pelo menos a II Guerra, teve o poder suficiente para impor o seu monopólio na arena eleitoral.
Nas eleições dos EUA, só os Partidos Republicano e Democrata conseguem competir numa escala nacional. Os Republicanos estão mais próximos com os ricos mais poderosos. Os Democratas incluem igualmente líderes sindicais bem como uma maior participação de afro-americanos e de outras nacionalidades oprimidas. Mas ambos são partidos pró-capitalistas e ambos são fiéis defensores dos interesses imperialistas dos EUA. Eles competem pelos privilégios advenientes de serem ou não o partido que melhor defende os interesses da classe dominante.
Os dois partidos capitalistas estão unidos especialmente nas agressivas aventuras externas dos EUA e são responsáveis de crimes com uma amplitude genocida. Os Republicanos recentemente lideraram invasões dos EUA sobre o Afeganistão e o Iraque. Nos últimos 61 anos, o Partido Democrata presidiu ao bombardeamento de Hiroshima e Nagasaqui, o ataque à Coreia, a escalada da guerra contra o Vietname e o bombardeamento da Jugoslávia.

O enviusamento das eleições americanas contra os pobres, os trabalhadores e os oprimidos
O facto de o voto ser opcional e de as eleições se realizarem sempre em dias da semana encoraja a abstenção em geral e desencoraja mais ainda a população pobre e especialmente os afro-americanos, os latinos e os indígenas de votar. A proporção de votantes que exerceram o seu direito de voto em 2006 foi considerada alta, mesmo que se tenha cifrado em apenas 40,4 por cento.
As regras eleitorais estão cheias de armadilhas antidemocráticas. Não há uma representação eleitoral nos votos, já que em cada eleição quem ganha fica com tudo, ou seja, com todos os lugares disponíveis. O Senado tem 100 lugares, dois por cada estado; isto significa que um Estado como a Califórnia com mais de 36 milhões de eleitores elege o mesmo número de senadores como o Wyoming que tem 500 mil habitantes. O Congresso tem 435 eleitos, cada um eleito por um distrito com aproximadamente a mesma população. Mas mesmo aí o Partido Republicano tem distorcido a geografia para favorecer sectores mais conservadores e reaccionários do eleitorado.
Qualquer coisa como 10 milhões de trabalhadores considerados como não-cidadãos não têm direito a votar apesar de serem uma importante parte da classe trabalhadora nos EUA e são extremamente conscientes das questões políticas, como as enormes manifestações do Primeiro de Maio pelos direitos dos imigrantes deste ano mostraram. Nem sequer os 5,5 milhões de ex-prisioneiros podem votar na maioria dos estados do país. Juntamente com os 2 milhões na prisão perfazem quase 4% do eleitorado potencial. As regras eleitoras enviesadas e o desigual reconhecimento de direitos de voto funcionam conjuntamente para fazer com que as eleições sejam direccionadas contra as cidades, contra os pobres, contra as populações latina e afro-americana, que são mais tendentes a votar em candidatos progressistas.
Acima de tudo isto, a classe dominante tem o monopólio dos media e as modernas eleições americanas são amplamente dependentes da publicidade televisiva. Assim, os candidatos devem acumular vastas massas de dinheiro mesmo para tentarem competir, o que os liga àqueles que podem fazer grandes contribuições para as campanhas eleitorais. As eleições presidenciais custam centenas de milhões de dólares e as eleições para o Senado chegam às dezenas de milhões de dólares.
Tudo isto contribui para que a arena eleitoral se torne numa das mais difíceis para elevar a independência política da classe trabalhadora. Só sob condições de um ascenso da luta podem as eleições levar a um progresso. Ou então quando ocorre uma forte batalha dentro da classe dominante durante uma crise, tal como aconteceu este ano.

A Resistência iraquiana cria divisões na classe dominante
Ao impor uma vigorosa derrota à tentativa de conquistar e controlar o Iraque, a Resistência iraquiana causou uma forte fricção na classe dominante estadunidense com contornos de uma crise. Esta classe apoiou a agressão do gang de Bush contra o Iraque quando isso parecia que iria ser uma vitória fácil. Naquela altura eles pensaram a liderança de Bush como decisiva, capaz de ultrapassar aliados e críticos. Passados três anos, a resistência do povo iraquiano expôs todos os pontos fracos do Pentágono e forçou as forças armadas dos EUA a um ponto de ruptura. O Exército dos EUA está desmoralizado e incapaz de facilmente atrair novos recrutas. O corpo de oficiais está revoltado contra a liderança de Donald Rumsfeld no Pentágono. Sob a pressão destas derrotas, a classe dominante começou a ver o gang de Bush como de vistas curtas, incapaz de responder às críticas e no geral incompetente.
Três desenvolvimentos começaram na primavera e verão de 2006 que em conjunto na altura das eleições preparam o revés à administração Bush.
Em primeiro, o Grupo de Estudos do Iraque, liderado por James Baker, um antigo conselheiro de George H. Bush, e pelo antigo Congressista Lee Hamilton, juntaram-se em Março passado com o propósito de encontrarem uma saída para o imperialismo estadunidense de forma a reverter a derrota no Iraque ou pelo menos reduzir as perdas. Para que as suas propostas pudessem sequer ser ouvidas pelo poder executivo, este grupo tinha de tirar o Secretário de Estado Donald Rumsfeld do caminho. O anterior director da CIA, Robert Gates, que foi nomeado para substituir Rumsfeld, foi igualmente da administração de Bush pai e fez parte do Grupo de Estudos do Iraque.
Em segundo lugar, o Partido Democrata decidiu em orientar a sua campanha nacional por criticar constantemente a forma desastrada da Administração Bush em gerir a guerra no Iraque e mantiveram a questão do Iraque na agenda mediática. A eleição nacional tornou-se numa espécie de referendo à guerra no Iraque. Bush e Dick Cheney fecharam-se numa posição de “manter o rumo actual” e acusaram os Democratas de quererem um “corte abrupto e desistir”.
Os Democratas evitaram tomar uma posição anti-guerra. Dois terços dos seus candidatos em 45 das corridas eleitorais mais acirradas não só se opunham à saída do Iraque, como opunham-se mesmo ao estabelecimento de um calendário para a saída. Apenas um candidato, Peter Welch do Vermont, defendeu o regresso das tropas para 2006. Contudo, a percepção generalizada foi de que os Republicanos eram pró-guerra e os Democratas anti-guerra. Isto ajudou enormemente os Democratas.
Em terceiro lugar, a Resistência iraquiana acentuou a luta e chegou mesmo a impedir que as tropas dos EUA dominassem Bagdad. Só os ataques em Outubro mataram 105 soldados americanos no Iraque. Ao mesmo tempo, pela primeira vez, sectores dos media começaram a dar uma maior projecção às mortes no Iraque e à instabilidade do regime fantoche iraquiano. A repulsa popular relativamente à guerra no Iraque, que já existia desde que o povo iraquiano começou uma resistência contra a impopular e brutal ocupação dos EUA, elevou-se a novos níveis.
Uma indicação da viragem na classe dirigente rumo aos Democratas tem a ver com as contribuições de 25,9 milhões de dólares para a campanha de 18 dias em Outubro, ao passo que os Republicanos receberam 18,6 milhões. Geralmente, os Republicanos costumam receber bem mais do que os Democratas.
No mesmo mês, os generais do Pentágono e políticos de topo, incluindo antigos apoiantes da guerra como o Senador da Virgínia John Warner, expressaram abertamente o seu pessimismo relativamente ao futuro resultado da guerra no Iraque. Dois dias antes das eleições, um editorial conjunto em quatro jornais com ligações aos militares pedia a demissão de Donald Rumsfeld. Os jornais – Army Times, Navy Times, Air Force Times and Marine Corps Times – são publicados por um grupo subsidiário da Gannett Company, e são distribuídos em nas bases militares por esse mundo fora.

O povo opõe-se à guerra
Estas divisões nos círculos de poder e crescente desilusão da classe dominante com a incompetência da administração Bush, abriu espaço para que as pessoas trabalhadoras comuns pudessem expressar a sua oposição à guerra. E têm-no feito. Nas urnas, mais de 60% dos votantes desaprovaram a guerra no Iraque. Em cerca de um terço das cidades de Massachussetts, um referendo popular apelando à saída das tropas americanas também teve uma aprovação de 60% do meio milhão de pessoas que votaram. Uma ainda maior percentagem aprovou um referendo similar em Chicago. E o voto nos Democratas foi proporcionado pela hostilidade à guerra, aos ataques de Bush à Segurança Social, ao encerramento de fábricas no Midwest e à perda de empregos bem remunerados e sindicalizados.
O movimento anti-guerra, apesar de tudo, não deve ter qualquer tipo de esperança nos Democratas relativamente à tomada de decisões efectivas contra a guerra. A mensagem principal dos Democratas é que vão esperar o relatório do Grupo de Estudos do Iraque e dizem apenas que a política dos EUA em relação ao Iraque tem de mudar.
Para forçar o gang de Bush a recuar, os seus opositores da classe dominante apelam aos sentimentos anti-guerra de milhões de pessoas. Enquanto as batalhas internas se mantiverem na classe dominante e continuarem a adiar uma resolução do problema do Iraque, existirá a necessidade – e uma oportunidade – de elevar a intervenção das massas que traga um fim à guerra e à ocupação.
O desafio para todos os progressistas nos EUA e para o movimento anti-guerra em particular é como transformar este contratempo para Bush numa luta mais consistente nas fábricas, nas escolas, nos escritórios e nas ruas para realmente desafiar o novo Congresso e a velha Casa Branca e acabar com a ocupação do Iraque.

gothic

Ao longo da história, o termo Gótico foi usado como adjetivo ou classificação de diversas manifestações artísticas, estéticas e comportamentais. Dessa maneira, podemos ter uma noção da diversidade de significados que esta palavra traz em si.
Originalmente, Gótico deriva-se de Godos, povo germânico considerado bárbaro que diluiu-se aproximadamente no ano 700 d.C.. Como metáfora, o termo foi usado pela primeira vez no início da Renascença, para designar pejorativamente a tendência arquitetônica, criada pela Igreja Católica, da baixa Idade Média e, por conseqüência, toda produção artística deste período. Assim, a arquitetura foi classificada como gótica, referindo-se ao seu estilo "bárbaro", se comparado às tendências românicas da época.
No século XVIII, como reação ao Iluminismo, surge o Romantismo que idealiza uma Idade Média, que na verdade nunca existiu. Nesse período o termo Gótico passa a designar uma parcela da literatura romântica. Como a Idade Média também é conhecida como "Idade das Trevas", o termo é aplicado como sinônimo de medieval, sombrio, macabro e por vezes, sobrenatural. As expressões Gothic Novel e Gothic Literature são utilizadas para designar este sub-gênero romântico, que trazia enredos sobrenaturais ambientados em cenários sombrios como castelos em ruínas e cemitérios. Assim, o termo Gothicism, de origem inglesa, é associado ao conjunto de obras da literatura gótica. Posteriormente, influenciado pela Literatura Gótica, surge o ultra-romantismo, um subgênero do romantismo que tem o tédio, a morbidez e a dramaticidade como algumas características mais significativas.
No final da década de 70 surge a subcultura gótica influenciada por várias correntes artísticas, como o Expressionismo, o Decadentismo, a Cultura de Cabaré e Beatnick. Seus adeptos foram primeiramente chamados de Darks, aqui no Brasil, e curtiam bandas como Joy Division, Bauhaus, The Sisters of Mercy, entre tantas outras. Atualmente, a subcultura gótica permanece em atividade e em constante renovação cultural, que não se baseia apenas na música e no comportamento, mas em inúmeras outras expressões artísticas.
Nos meados da década de 90, viu-se emergir uma corrente cultural caracterizada por alguns elementos comportamentais comuns ao romantismo do século XVIII, como a melancolia e o obscurantismo, por exemplo. Na ausência de uma classificação mais precisa, esta corrente foi denominada Cultura Obscura. Porém, de forma ampla e talvez até equivocada, o termo Goticismo também é usado para denominá-la.
Há algumas semelhanças entre Cultura Obscura e Subcultura Gótica. Mas há também diferenças essenciais que as tornam distintas. Por exemplo, a Cultura Obscura caracteriza-se por valores individuais e não possui raízes históricas concretas como a subcultura gótica.
Entre os apreciadores da Cultura Obscura, é possível determinar alguns itens comuns, como a valorização e contemplação das diversas manifestações artísticas. Além de uma perspectiva poética e subjetiva sobre a própria existência; uma visão positiva sobre solidão, melancolia e tristeza; introspecção, medievalismo, entre outros.
Sintetizar em palavras um universo de questões filosóficas, espirituais e ideológicas que agem na razão humana, traz definições frágeis e incompletas de sua essência. Obscuro, Sombrio ou Gótico podem ser adjetivos de diversos contextos e conotações. Mas é, principalmente, o espelho que reflete uma personalidade.

musica

A música pode ser classificada como o principal veículo de divulgação no que se refere à Cultura Obscura. É, geralmente, através dela que ocorre a identificação com a própria personalidade, tornando-se um portal que conduz à outras manifestações artísticas obscuras.
Não há características precisas ou pré-estabelecidas nas expressões artísticas da Cultura Obscura e, conseqüentemente, entre seus apreciadores. Mas há diversos pontos comuns. Portanto, podemos aplicar esse conceito, de aparente disparidade, à música quando relacionada à Cultura Obscura.
As bandas que emergiram no início da década de 80, no período classificado como pós-punk, e atualmente são classificadas genericamente de góticas, também são apreciadas na Cultura Obscura. A banda inglesa Joy Division é um bom exemplo. A atmosfera soturna de suas canções e o suicídio do vocalista Ian Curtis, atribuíram um caráter mítico à banda. Porém, a subdivisão do Metal surgida em meados da década de 90 é um dos estilos mais conceituados na Cultura Obscura.
O Gothic Metal, nome dado genericamente ao estilo que combina Metal e Neo-Clássico, traz em letras e arranjos uma boa parte dos temas abordados na Cultura Obscura: alusão a obras literárias e mitologia, trechos em latim e arcaísmos, entre outros aspectos. Há também o uso de orquestras e vozes sopranos entrelaçadas com as características vocalizações urradas e guitarras do Metal. Mesmo havendo um conceito de que o estilo e até mesmo a expressão Gothic Metal tenham sido criadas com objetivos exclusivamente comerciais, a qualidade e ousadia do Gothic Metal prevalecem sobre os argumentos.
Além do Gothic Metal e de outras variações do Metal (como o Doom e o Black), outros estilos também são amplamente consumidos entre os adeptos da Cultura Obscura, como por exemplo música medieval e renascentista, e referências de compositores clássicos e neo-clássicos. Ainda, estilos mais suaves como New Age, Dark Atmospheric (ou Dark Ambient) e Ethereal.
Neste caso, a sonoridade também é composta por elementos de música erudita, como o canto lírico, que se somam a timbres eletrônicos e acústicos. Mas, diferentemente do Metal, traz uma sonoridade sutil que almeja atingir diretamente a alma.
Porém, se desconsiderarmos os rótulos que são criados e aplicados ao longo do tempo, irão sobressair a qualidade e sofisticação da música absorvida, cultuada pela Cultura Obscura. Independentemente dos estilos, o fator mais significativo é a identificação que há entre o que se ouve e o que se sente.

Cabala


Sob uma definição generalizada, Cabala pode ser compreendida como "tratado filosófico-religioso hebraico, que pretende resumir uma religião secreta que se supõe haver coexistido com a religião popular dos hebreus". Porém, esta é uma definição extremamente simplificada que omite diversos aspectos significativos.
A origem etimológica da palavra Cabala encontra-se no hebraico como qabbalah e é comumente grafada de diversas formas: Kabbalah, Qabbala, cabbala, cabbalah, kabala, kabalah, kabbala. Originalmente, significa recepção ou recebimento, no sentido metafórico de "recebimento do ensinamento" ou "recebimento da sabedoria".
Nos meios de estudo filosóficos e ocultistas, a Cabala é uma doutrina mística do judaísmo que tem por objetivo conhecer Deus e o Universo através de um ensinamento restrito aos seres espiritualmente iluminados. Porém, segundo o Rabino Joseph Saltoun, a Cabala é mais democrática e acessível: ''A cabala é uma sabedoria universal que está na essência de todas as religiões, por isso qualquer pessoa pode estudar e praticar''.
Uma das formas de obter o conhecimento superior seria através da interpretação correta de textos sagrados, inclusive a Bíblia. Não apenas da mensagem explícita, mas também dos códigos implícitos infiltrados na grafia destes livros.
Estes antigos manuscritos são as bases do misticismo judaico que se desenvolveu ao longo da história e nos quais encontram-se elementos que posteriormente seriam reconhecidos como elementos pertencentes à Cabala. Entre eles estão o Bahir (publicado no início do século XII e impresso apenas em meados do século XVII), o Zohar (conjunto de textos sobre a Torah com uma abordagem mística da natureza divina, natureza da alma, universo, bem e mal, entre outros), e o Sefer Yetzirah (Livro da Luz - antigo texto do hebraico de período histórico não determinado).
O estudo da Cabala pode ser dividido em duas partes. A Cabala Teórica que tem por objetivo compreender o equilíbrio do universo pelo estudo das energias espirituais oriundas de Deus e dos códigos numéricos ocultos no texto original. A Cabala Mágica que possibilita interferir em acontecimentos práticos através da meditação ou recitação dos nomes sagrados de Deus, expressos em 72 combinações de letras do alfabeto hebraico.



Alguns pontos comuns entre o Zohar e a tradição da Cabala são encontrados quando referem-se aos elementos que compõem a alma. Segundo esta análise, a alma humana é composta de três partes distintas que são plenamente despertas apenas em indivíduos evoluídos espiritualmente.
O nefesh é comum a todos os seres humanos e passa a integrar o indivíduo no momento de seu nascimento. É a fonte da natureza física e psicológica. É considerado a parte inferior (irracional) da alma que está associado aos instintos e desejos físicos. O ruach é a parte mediana responsável por virtudes morais e capacidade de distinção entre o bem e o mal. O ruach é desenvolvido ao longo da vida e depende da nobreza de valores de cada indivíduo, como suas crenças e ações. O neshamah é a alma superior. É o elemento determinante que distingue o ser humano de outras formas de vida e está relacionada diretamente ao intelecto. Também é desenvolvido no decorrer da vida.
Ainda, no Raaya Meheimna (manuscrito posteriormente incorporado ao Zohar) há alusões a outros dois elementos: o chayyah (permite ao homem a percepção do poder divino) e o yehidah (nível mais elevado que permite total integração com Deus).
Há também elementos que se manifestam eventualmente na alma humana. O Ruach HaKodesh permite a capacidade profética. O Neshamah Yeseira permite uma maior profundidade espiritual ao judeu durante o Shabbat (descanso semanal que, segundo o judaísmo, foi ordenado por Deus). Esta habilidade adquirida pela alma pode se desenvolver ou retroceder totalmente, de acordo com a fé do judeu. O Neshoma Kedosha que se manifesta nos judeus ao atingirem a maioridade e está relacionado ao estudo dos mandamentos da Torah. Assim como o Neshamah Yeseira, o Neshoma Kedosha também está passível de desenvolvimento ou regressão, dependendo do empenho de cada indivíduo.
Entretanto, segundo estudiosos (como o Rabino Joseph Saltoun), a Cabala também aplica-se em diversas áreas dos conhecimentos e necessidades humanas, tantos espirituais como físicas. É possível, por exemplo, compreender a origem da alma, relacionamentos afetivos, destino e livre arbítrio, por exemplo.



O estudo cabalístico não se limita ao universo judaico. A partir do século XVIII houve um processo de popularização da Cabala entre diversas tradições ocultistas; favorecendo sua infiltração e conexão com outras faces do esoterismo, até mesmo no ocidente. Desse modo, variações cristãs da Cabala passaram a ser estudadas. A Cabala também passou a integrar e combinar-se em correntes neopagãs.
Jesus Cristo poderia ter sido um conhecedor dos mistérios cabalísticos. O Heptameron (tratado medieval de magia) utiliza-se de símbolos cabalísticos. Na idade Média, devido à intolerância religiosa, o estudo da Cabala era secreto. Vários sistemas de Magia utilizam a cabala como referência. O ocultista francês Eliphas Levi foi um dos estudiosos cabalísticos. A Cabala Hermética (como é conhecida no Ocidente) foi abordada pelo ocultista inglês Aleister Crownley; assim como o Amanhecer Dourado de George Cecil Jones. Em 1922, foi fundado pelo Rabino Berg, na cidade de Jerusalém, o Centro de Estudos da Cabala, que favoreceu sua disseminação além dos limites do judaísmo.



A Árvore da Vida é um recurso simbológico que representa alguns conceitos cabalísticos. É formada por dez Sephira que emanam de Ain Soph, que é a representação da própria natureza divina da qual deriva cada sephira. Cada uma das dez sephira representa uma dimensão para a realidade. Assim, cada uma funciona como um canal que conduz a "Luz do Mundo Infinito" até o homem.
Graficamente, as sephira estão alinhadas em três colunas que estão interligadas por meio de vinte e duas conexões. Estão dispostas em camadas triangulares sendo que cada uma está relacionada a um plano: Emanações (Atziluth), Criações (Beriah), Formações (Yetzirah) e Ações (Asiyah). As dez sephiras que compõem a Cabala são Keter, Chochma, Biná, Chesed, Gevurah, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod e Malchut.



Atualmente, a Cabala atingiu um nível de popularidade suficiente a ponto de serem oferecidos cursos de interpretação cabalística com ênfase em aspectos práticos da vida cotidiana. Personalidades como Madonna e Mick Jagger aderiram ao estudo da Cabala. Ainda, há um Centro de Estudos da Cabala em São Paulo e Rio de Janeiro.
Se, de certa forma, esta popularidade obtida pode relegar a Cabala à condição de uma simples ferramenta de auto-ajuda e autoconhecimento; por outro lado, há a democratização de uma tradição milenar e poderosa, que coloca-se ao alcance de qualquer cidadão que deseje evoluir nos planos espirituais e materiais da própria existência.

Ouroboros


O Ouroboros é a representação gráfica de uma serpente ou um dragão, em forma circular, engolindo a própria cauda. Este símbolo é encontrado na antiga literatura esotérica (alguma vezes, associado à frase Hen to panO Todo ou O um) e em diversas tradições ocultistas e escolas iniciáticas em forma de amuleto.
A origem etimológica do termo Ouroboros está, supostamente, na linguagem copta e no idioma hebreu, na qual ouro, em copta, significa Rei, e ob em hebreu, significa serpente. Mas, precisar sua origem e significado primitivo, torna-se uma tarefa praticamente impossível. Mesmo que de certa forma estejam interligados mas, paralelamente, trazem interpretações distintas.
Os primeiros registros deste arquétipo foram encontrados entre os egípcios, chineses e povos do norte europeu (associado a serpente folclórica Jörmungandr) há mais de 3000 anos. Na civilização egípcia, é uma representação da ressurreição da divindade egípcia , sob a forma do Sol. Também é encontrado entre os fenícios e gregos.


Símbolos & Signos

Entre tantos símbolos relacionados, o Ouroboros é um dos que apresenta maior hipótese de significados. Isto porque há outras representações iconográficas contidas e associadas ao próprio Ouroboros.
A serpente, que nos textos canônicos está associada às aspectos maléficos, como no livro Gênesis 3:13, (Perguntou o Senhor Deus à mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A Serpente enganou-me, e eu comi.), na maior parte das culturas pré-cristãs, é um símbolo de sabedoria. Partindo do princípio que o Ouroboros é um símbolo pré-cristão, pode-se supor que este conceito de sabedoria é predominante.
Mas, pode-se também interpretar que o ato de engolir a si mesma, é uma interrupção do ciclo humano em uma busca evolutiva do espírito noutros planos. Por outro lado, pode significar a auto-destruição através do ato de consumir a própria carne e até mesmo a auto-fecundação. Ainda, o fato de encontrar-se na forma circular é um arquétipo representativo de movimentos ininterruptos e pode representar também o Universo. Além da interpretação de que a serpente atua nas esferas inferiores (Inferno), enquanto o círculo representa o Reino Divino. Em outras situações, o animal tem duas cores distintas. Neste caso, provavelmente, uma referência a Yin e Yang, ou pólos masculino e feminino, dia e noite, bem e mal, e outros paradoxos da natureza.
Sob uma perspectiva alquímica, o Ouroboros é representado na figura de dois animais míticos engolindo um a cauda do outro; não sendo, neste caso, necessariamente, uma serpente. Segundo o Uractes Chymisches Werk (Leipzig – 1760), "alimenta este fogo com fogo, até que se extinga e obterás a coisa mais estável que penetras todas as coisas, e um verme devorou o outro, e emerge esta imagem". Esta descrição alquímica é uma alusão ao processo de separação do material em dois elementos distintos.
Porém, de uma forma mais ampla, o Ouroboros é uma representação dos ciclos reencarnatórios da alma humana. Ainda, segundo o Dictionnaire des Symboles, simboliza o "ciclo da evolução fechado sobre si mesmo. O símbolo contém as idéias de movimento, continuidade, autofecundação e, em conseqüência, o eterno retorno". Na obra Magic Symbols de Frederick Goodman é citado "serpente... [seja] o símbolo da sabedoria dos verdadeiros filósofos" e "O Tempo, do qual apenas a sabedoria brota".
Atualmente, o Ouroboros é comumente encontrado em amuletos esotéricos, na simbologia maçônica e na teosofia. Porém, também está presente no selo dos Estados Unidos da América, posicionado acima da águia bicéfala. Ainda, é muito comum encontrá-lo em monumentos funerários, fazendo alusão, mais uma vez, aos ciclos da vida.

simbologia maçônica

Estrela de cinco pontas: sendo a Estrela do Oriente ou a Estrela Iniciação, é a que simbolizou o nascimento de Jesus. É o símbolo do Homem Perfeito, da Humanidade plena entre Pai e Filho; o homem em seus cinco aspectos: físico, emocional, mental, intuitivo e espiritual. Totalmente realizado e uno com o Grande Arquiteto do Universo. É o homem de braços abertos, mas sem virilidade, porque dominou as paixões e emoções. Na Maçonaria e nos seus Templos, a abóbada celeste está adornada de estrelas. A Estrela é o emblema do gênio Flamejante que levam às grandes coisas com a sua influência. É o emblema da paz, do bom acolhimento e da amizade fraternal.
Acácia: a planta símbolo por excelência da Maçonaria; representa a segurança, a clareza, e também a inocência ou pureza. A Acácia foi tida na antiguidade, entre os hebreus, como árvore sagrada e daí sua conservação como símbolo maçônico. Os antigos costumavam simbolizar a virtude e outras qualidades da alma com diversas plantas. A Acácia é inicialmente um símbolo da verdadeira Iniciação para uma nova vida, a ressurreiçãora uma vida futura.
Avental: símbolo do trabalho maçônico. Tem a forma de um retângulo, encimado por um triângulo; nos dois primeiros graus são simples, sem enfeites ou adornos, e de tecido branco. Os aventais dos demais graus, tem cor e desenhos variados, conforme os graus que representa e conforme o rito adotado. O fundo porém é sempre branco.
Colunas: símbolos dos limites do mundo criado, da vida e da morte, do elemento masculino e do elemento feminino, do ativo e do passivo. Simboliza também a força, a sustentação.
Compasso: símbolo do espírito, do pensamento nas diversas formas de raciocínio, e também do relativo (círculo) dependente do ponto inicial (absoluto). Os círculos traçados com o compasso representam as lojas. No Grau de Aprendiz, ele está embaixo do esquadro, indicando que existe, por enquanto, a predominância da matéria sobre o espírito. A abertura indica o nível do conhecimento humano, sendo esta limitada ao máximo de 90º, isto é ¼ do conhecimento.
O nº 9: é o princípio da Luz Divina, Criadora, que ilumina todo pensamento, todo desejo e toda obra, exprime externamente a Obra de Deus que mora em cada homem, para descansar depois de concluir sua Obra. O homem novenário que pelo triplo do ternário, é a união do absoluto com o relativo, do abstrato com o concreto. O número nove, no simbolismo maçônico, desempenha um papel variado e importante com significados aplicados na sua forma ritualística. O número 9, é o número dos Iniciados e dos Profetas.
Delta: também chamado de Triângulo Fulgurante, representa na Maçonaria o Supremo Criador de todas as coisas, cujo olho luminoso é o Olho da Sabedoria e da Providência, que observa tudo que vê e provê. Ele simboliza também, os atributos da Divindade: Onipresença, Onividência e Onisciência, que o verdadeiro maçom tem como lembrete divino de sua suprema relevância para sua vida.
Esquadro: resulta da união da linha vertical com a linha horizontal, é o símbolo da retidão e também da ação do Homem sobre a matéria e da ação do Homem sobre si mesmo. Significa que devemos regular a nossa conduta e as nossas ações pela linha e pela régua maçônica, pelo temor de Deus, a quem temos de prestar contas das nossas ações, palavras e pensamentos. Emite a idéia inflexível da imparcialidade e precisão de caráter. Simboliza a moralidade.
Malhete: pequeno martelo; emblema da vontade ativa, do trabalho e da força material; instrumento de direção, poder e autoridade. Um aspecto fundamental na utilização deste instrumento é o do discernimento e lógica que devem conduzir a vontade. Utilizando ao caso, com força apenas, ele passará a ser um instrumento de destruição, incompatível com a Maçonaria.
Pavimento em mosaico: chão em xadrez de quadrados pretos e brancos, com que devem ser revestidos os templos; símbolo da diversidade do globo e das raças, unidas pela Maçonaria; símbolo também da oposição dos contrários, bem e mal, espírito e corpo, luz e trevas.
Pedra bruta: símbolo das imperfeições do espírito que o maçom deve procurar corrigir; e também, da liberdade total do Aprendiz e do maçom em geral. As arestas desta Pedra Bruta, cabe ao aprendiz desbastar, disciplinando, educando, instruindo sua personalidade, objetivando vencer suas paixões e subordinar sua vontade à prática do bem.
A letra G: é a sétima letra do nosso alfabeto e que sabiamente, os Maçons apresentam grandes questionamentos, e que através de estudos, apresentamos um resumo dos diversos significados:
Gravitação - É a força primordial que rege o movimento e o equilíbrio da matéria;
Geometria ou a Quinta Ciência - É fundamento da ciência positiva, simbolizando a ciência dos cálculos, aplicada à extensão, à divisão de terras, de onde surge a noção da parte que nelas a nós compete, na grande partilha da humanidade e dos direitos da terra cultivada;
Geração - É a vida perpetuando a série dos seres. Força Criadora que se acha no centro de todo ser e de todas as coisas;
Gênio - É a inteligência humana a brilhar com seu mais vivo fulgor;
Gnose - É o mais amplo conhecimento moral, o impulso que leva o homem a aprender sempre mais e que é o principal fator do progresso;
Glória - a Deus;
Grandeza - O homem, a maior e mais perfeita Obra da Criação;
Gomel - Uma palavra hebraica, entende-se os deveres do homem para com Deus e os seus semelhantes.
Concluiremos, sintetizando que, a letra G é, realmente, o grande segredo maçônico, segredo tão secreto e misterioso, que nem mesmo os mais cultos e sábios Maçons conseguem decifrá-lo.
Templo: símbolo da construção maçônica por excelência, da paz profunda para que tendem todos os maçons.
Três pontos; triângulo: símbolo com várias interpretações, aliás conciliáveis: luz, trevas e tempo; passado, presente e futuro; sabedoria, força e beleza; nascimento, vida e morte; liberdade, igualdade e fraternidade.

Obs: Há muitos outros símbolos na Maçonaria. Apresentamos aqui, somente os mais difundidos e conhecidos.

O Tetragrama

O Tetragrama

Dessa forma, a palavra Tetragrama tem origem no grego (tetra = quatro + gramma = letra) e significa a expressão escrita, constituída de quatro letras ou sinais gráficos, destinada a representar uma palavra, acrônimo, abreviatura, sigla ou a pauta musical de quatro linhas do canto-chão.
Acredita-se que o Tetragrama hebraico designa o nome pessoal do "Deus de Israel", como foi originalmente escrito e encontrado na Torah, o primeiro livro do Pentateuco. Este tetragrama varia como YHWH, JHVH, JHWH e YHVH. Em algumas obras, especialmente no Antigo Testamento escrito em sua maioria em hebraico com partes em aramaico, o Tetragrama surge mais de 6 mil vezes (de forma isolada ou em conjunção com outro nome divino).


O impronunciável nome de Deus

A tradição esotérica dos judeus, a cabala, considera o nome de Deus sagrado e impronunciável. Possivelmente, a origem deste conceito está no terceiro Mandamento: "Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão". (Êxodo - Capítulo XX - Versículo VII). Assim, um grupo de sábios judeus, conhecidos como Massoretas, incorporou "acentos" que funcionavam como vogais e viabilizavam a pronúncia do tetragrama, resultando na palavra Adonai (Senhor), que passou a ser utilizada para pronunciá-lo. Os nomes Jeová, Iehovah, Javé, Iavé, ou ainda Yahweh, são adaptações para a língua portuguesa da palavra Adonai, e não do tetragrama original.
Porém, há ainda uma crença entre os judeus do início do período cristão, que a própria palavra Torah seria parte do nome divino. Há outra relação interessante encontrada nos nomes originais de Adão e Eva, Yod e Chawah, respectivamente. Uma combinação entre estes dois nomes resulta numa das variações do tetragrama, YHWH, fato que sugere uma relação entre Criador e criatura. Com o decorrer do tempo, foram adotados outros termos para se referir ao Tetragrama: "O Nome", "O Bendito" ou "O Céu".
O místico cristão, Jacob Boehme, utilizando-se de uma cabala gráfica (conhecida como Árvore da Vida), encontrou os 72 Nomes de Deus (publicado em 1652, no livro Oedipus Aegypticus). Sendo que todos são formados por apenas quatro letras, o que caracteriza mais uma vez o tetragrama. Seguindo este raciocínio, encontramos também Tupã (divindade dos índios brasileiros), Yang (em chinês, possui vários significados, entre eles, Deus do bem), Bara (o equivalente à Deus na seita islâmica Beahismo) e Xiva (divindade Hindu).


Tetragrammaton: Símbolo e Amuleto

Se considerarmos que as letras de um alfabeto nada mais são que sinais gráficos, o Tetragrama, em sua representação gráfica, conhecido como Tetragrammaton, é uma complexa combinação de letras do alfabeto hebraico, grego e latino, associados a diversos símbolos conhecidos no ocultismo. Nele encontra-se o pentagrama entrelaçado, símbolos zodiacais, algarismos e formas geométricas, entre outras representações.
No ocultismo, incluindo suas diversas ramificações, o Tetragrammaton desempenha uma função muito importante, sendo usado em rituais e invocações e na forma de talismãs. Os ocultistas interpretam o Tetragrammaton e outros símbolos cabalísticos nele contidos, como poderosos signos mágicos, capazes de potencializarem rituais abrindo as portas da consciência humana.
Acompanhe a descrição de alguns elementos do Tetragrammaton:



Pentagrama
O pentagrama assume diversos significados de acordo com o contexto em que é encontrado. Neste caso, é a base do Tetragrammaton. Assim, podemos interpretá-lo como símbolo do "Homem Realizado". Isto é, uma representação da entidade humana evoluída em todos os estágios espirituais.
Os olhos do Pai - Júpiter
No ângulo superior do Pentagrama, encontramos "Os olhos do Pai" e a representação do planeta Júpiter. Uma alusão aos olhos do Criador, o espírito, o poder que coordena tudo e todos.
Marte
Nos "braços" do Tetragrammaton encontra-se o símbolo astrológico e zodiacal do planeta Marte, representando a Força, ou a Energia pura da criação.
Saturno
Nos ângulos inferiores está a representação astrológica e zodiacal do planeta Saturno. É um dos principais símbolos usados na Magia, representando os mestres que anularam o próprio ego e as falhas inerentes ao ser humano, atingindo assim, a perfeição.
Sol e Lua
Posicionados nas linhas verticais do Pentagrama, próximos ao centro da figura, o Sol e a Lua fazem referência aos pólos femininos e masculinos da criação, contidos em todos os organismos, incluindo o Microcosmos e o Macrocosmos.
Mercúrio e Vênus
Estes símbolos são amplamente encontrados na literatura alquímica e são representações astrológicas e zodiacais destes planetas. Localizados sobrepostos no centro da figura, referem-se à união dos pólos de onde surgirá o Caduceu de Mercúrio.
Caduceu de Mercúrio
O Caduceu de Mercúrio é o símbolo alquímico da transmutação. Associado aos símbolos superiores de Mercúrio e Vênus, refere-se à criatura, ou seja, o resultado da união entre os pólos feminino e masculino, entre as forças lunares e solares, e o ponto de equilíbrio entre eles. Por estar localizado no centro da figura, também pode ser interpretado como a "coluna vertebral", ou, Kundalini, responsável pela união da energia sexual entre as polaridades.
Jehova
Esta inscrição hebraica é um tetragrama pronunciado Jehova (lê-se da direita para a esquerda), sendo mais uma das várias alusões ao "Nome de Deus".
Alfa e Omega
Alfa e Omega são, respectivamente, a primeira e última letra do alfabeto grego. Esta é uma referência ao princípio e fim de todas as coisas. Alfa está abaixo dos "Olhos do Pai". Omega encontra-se invertido, na base do Caduceu de Mercúrio. Isto pode significar o caldeirão utilizado pelos alquimistas, ou ainda, o caldeirão (útero) da Deusa, para alguns ocultistas.
Binário
Localizados fora do pentagrama, os números 1 e 2 são referências à bipolaridade; isto é, uma representação de que todas as coisas possuem dois lados. Seguindo este conceito, podemos também compreendê-los como outra manifestação dos pólos masculino e feminino, início e fim, bem e mal, entre outros.
Logos
Logos é uma palavra grega que significa razão, mas também é interpretada como "fonte de idéias" e "verbo divino". Associado ao Tetragrammaton, os números 1, 2 e 3 representam respectivamente o Pai, a Mãe e o Filho. Também pode ser interpretado como a Tríade do Cristianismo (Pai, Filho e Espírito Santo) ou como o triângulo, amplamente encontrado nas tradições esotéricas.
Cálice
O cálice significa o pólo feminino da criação. Na alquimia é utilizado para representar o elemento Água.
Espada Flamejante
A "espada de fogo", dentro do contexto alquímico, representa o próprio elemento fogo. Porém, associado ao Tetragrammaton, assume o papel do pólo masculino e do pênis, símbolo de fertilidade entre as antigas tradições.
Báculo
Báculo é o bastão comumente usado por Magos. Está dividido em sete escalas representando os estágios de evolução. Na alquimia está relacionado ao elemento Terra.
Hexágono do Mago
O hexágono do Mago representa o domínio do espírito sobre a matéria. Na alquimia está relacionado ao elemento Ar.

Não é possível definir apenas uma relação entre os vários símbolos que compõem o Tetragrammaton e tampouco uma finalidade específica desse conjunto. Seus sinais transitam entre correntes tão distantes que a interpretação, em certos casos, chega a ser paradoxal.
Se observarmos estas combinações simbólicas através do ângulo alquímico, teremos um determinado resultado. Porém, se analisado através dos conceitos astrológicos, por exemplo, a conclusão poderá ser totalmente distinta. Assim, a atenção e perspicácia do observador tornam-se fundamentais para decifrar o Tetragrammaton, um dos mais antigos e poderosos símbolos da espiritualidade humana.

cruz dos Espiritismo

Este é o símbolo de maior força e o mais prodigioso dos signos cabalísticos. Sua atuação é magnética. Cada uma de suas partes reflete os poderes ocultos e imateriais do grande pélago dos espíritos.


Esta cruz deve ser usada somente nas ocasiões excepcionais. Deve ser repassado, sem o mínimo erro, para um pergaminho virgem. O homem deve trazê-la no bolso esquerdo e a mulher, entre os seios, como se fosse um escapulário.
A Cruz dos Espíritos propicia, a quem a carrega nas condições assinaladas, Felicidade, Amor, Saúde e Fortuna.

Extraído do livro "As Clavículas de Salomão" de Anthon Zeraschi

A crus e seus simbolismo

Apesar de ter sido difundida pelo cristianismo como s�mbolo do sofrimento de Cristo � crucifica豫o, a figura da cruz constitui um �cone de car�ter universal e de significados diversificados, amparados por suas in�meras varia寤es. 


Seu modelo básico traz sempre a intersecção de dois eixos opostos, um vertical e outro horizontal, que representam lados diferentes como o Sol e a Lua, o masculino e o feminino e a vida e a morte, por exemplo.
É a união dessas forças antagônicas que exprime um dos principais significado da cruz, que é o do choque de universos diferentes e seu crescimento a partir de então, traduzindo-a como um símbolo de expansão.
De acordo com o estudioso Juan Eduardo Cirlot, ao situar-se no centro místico do cosmos, a cruz assume o papel de ponte através da qual a alma pode chegar a Deus. Dessa maneira, ela liga o mundo celestial ao terreno através da experiência da crucificação, onde as vivencias opostas encontram um ponto de intersecção e atingem a iluminação.


Cruz simples: Em sua forma básica a cruz é o símbolo perfeito da união dos opostos, mantendo seus quatro "braços" com proporções iguais. Alguns estudiosos denominam esta como Cruz Grega.
Cruz de Santo André: Símbolo da humildade e do sofrimento, recebe esse nome por causa de Santo André, que implorou a seus algozes para não ser crucificado como seu Senhor por considerar-se indigno. Acredita-se que o santo foi martirizado em uma cruz com essa forma.
Cruz de Santo Antonio (Tau): Recebeu esse nome por reproduzir a letra grega Tau. É considerada por muitos, como a cruz da profecia e do Antigo Testamento. Dentre suas muitas representações estão o martelo de duas cabeças, como sinal daquele que faz cumprir a lei divina, encontrado na cultura egípcia, e a representação da haste utilizada por Moisés para levantar a serpente no deserto.
Cruz Cristã: Definitivamente o mais conhecido símbolo cristão, que também recebe o nome de Cruz Latina. Os romanos a utilizavam para executar criminosos. Por conta disso, ela nos remete ao sacrifício que Jesus Cristo ofereceu pelos pecados das pessoas. Além da crucificação, ela representa a ressurreição e a vida eterna.
Cruz de Anu: Utilizada tanto por assírios como caldeus para representar seu deus Anu, esse símbolo sugere a irradiação da divindade em todas as direções do espaço.
Cruz Ansata: Um dos mais importantes símbolos da cultura egípcia. A Cruz Ansata consistia em um hieróglifo representando a regeneração e a vida eterna. A idéia expressa em sua simbologia é a do círculo da vida sobre a superfície da matéria inerte. Existe também a interpretação que faz uma analogia de seu formato ao homem, onde o círculo representa sua cabeça, o eixo horizontal os braços e o vertical o resto do corpo.
Cruz Gamada (Suástica): A suástica representa a energia do cosmo em movimento, o que lhe confere dois sentidos distintos: o destrógiro, onde seus "braços" movem-se para a direita e representam o movimento evolutivo do universo, e o sinistrógiro, onde ao mover-se para a esquerda nos remete a uma dinâmica involutiva. No século passado, essa cruz adquiriu má reputação ao ser associada ao movimento político-ideológico do nazismo.
Cruz Patriarcal: Também conhecida como Cruz de Lorena e Cruz de Caravaca possui um "braço" menor que representa a inscrição colocada pelos romanos na cruz de Jesus. Foi muito utilizada por bispos e príncipes da igreja cristã antiga e por jesuítas nas missões no sul do Brasil.
Cruz de Jerusalém: Formada por um conjunto de cruzes, possui uma cruz principal ao centro, representando a lei do Antigo Testamento, e quatro menores dispostas em cantos distintos, representando o cumprimento desta lei no evangelho de Cristo. Tal cruz foi adotada pelos cruzados graças a Godofredo de Bulhão, primeiro rei cristão a pisar em Jerusalém, representando a expansão do evangelho pelos quatro cantos da terra.
Cruz da Páscoa: Chamada por alguns de Cruz Eslava, possui um "braço" superior representando a inscrição INRI, colocada durante a crucificação de Cristo, e outro inferior e inclinado, que traz um significado dúbio, dos quais se destaca a crença de que um terremoto ocorrido durante a crucificação causou sua inclinação.
Cruz do Calvário: Firmada sobre três degraus que representam a subida de Jesus ao calvário, essa cruz exalta a fé, a esperança e o amor em sua simbologia.
Cruz Rosa-Cruz: Os membros da Rosa Cruz costumam explicar seu significado interpretando-a como o corpo de um homem, que com os braços abertos saúda o Sol e com a rosa em seu peito permite que a luz ajude seu espírito a desenvolver-se e florescer. Quando colocada no centro da cruz a rosa representa um ponto de unidade.
Cruz de Malta: Emblema dos Cavaleiros de São João, que foram levados pelos turcos para a ilha de Malta. A força de seu significado vem de suas oito pontas, que expressam as forças centrípetas do espírito e a regeneração. Até hoje a Cruz de Malta é muito utilizada em condecorações militares.
 
Copyright© 2009 - godmasterdownload | Desenvolvido por godmasterdownload